Ao longo da vida, mesmo quando crianças, ouvimos frases como: "Faça melhor!" “Fazer bem é apenas sua obrigação”,
"É seu dever fazer as coisas certas"
Desde a escola vivimos como se apontava para a estigmatização e a penalização do erro. Como se alguém tivesse nascido sabendo de tudo!
Como alguém poderia já fazer algo bem se está aprendendo?
Como alguém poderia fazer algo perfeito, já pronto da primeira vez se é algo novo?
Muitas pessoas pensam que o perfeccionismo é o gosto, a responsabilidade de fazer bem as coisas e muitos acreditam que é a chave do sucesso.
O perfeccionismo estaria aparentemente associado à responsabilidade, dever, disciplina, retidão, enfim, a qualidade moral de alguém.
A escritora, professora e pesquisadora da Universidade de Houston, Brené Brown, nos diz que longe de ser a chave para o sucesso, o perfeccionismo é a chave para a frustração, a ansiedade e em alguns casos , até a depressão.
Mais...por quê?
É que o perfeccionismo é como um vírus que contamina tudo, trabalho, relacionamentos, etc.
O/a perfeccionista é tão exigente consigo mesmo/a e com os outros que ele/a vive estressado/a e semeia tensão e estresse por onde passa.
Outra característica do/a perfeccionista é que ele/ela perde oportunidades.
Ele/ela está sempre esperando o momento perfeito, o amor perfeito, o trabalho perfeito e muitas vezes não conclui projetos, porque sempre há algo para mudar, sempre falta algo.
Brené Brown, em seu livro "Os dons da imperfeição", faz uma clara diferença entre perfeccionismo e dar o melhor de si, fazendo o melhor possível, que acho interessante destacar.
A pesquisadora ressalta que o/a perfeccionista está focado/a na opinião dos outros, na aprovação dos outros, enquanto quem se esforça fazendo o melhor que pode e sabe, se concentra em si mesmo, de forma saudável, com base em valores como perseverança, paciência e persistência.
Não se trata de ser medíocre e se contentar com qualquer coisa, é sobre fazer o nosso melhor, abraçar nossa capacidade de cometer erros e aprender com eles.
É saber o valor que você tem e que não precisa ficar o tempo todo mostrando o quão bom você é com a necessidade de os outros te validarem.
Porque você já sabe o que vale. E isso não tem nada a ver com se você errou ou não, como todo ser humano, mas com quem você é.
Trata-se de aceitar e amar a nós mesmos/as como somos e, assim, aceitar e amar os outros, em última análise, como a vida mesma, maravilhosa e perfeita na sua perfeita imperfeição.
Neste novo ano, encorajo-te - e encorajo-me - a viver o presente, a não esperar o momento perfeito e a fazer as coisas do dia a dia, fazendo o máximo possível, com o que é de melhor em você.
A se tratar melhor e ter mais compaixão.
A aceitar as suas imperfeições e as dos outros, e assim continuar caminhando.
Você é imperfeito/a e isso é perfeito!
Tirei essa foto, detalhe de um mosaico, homenagem à magnifica Rosa Parks da Estação Rosa Parks. Paris19eme. Ph @silpartucci
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